Gleice Light: Réveillon na Chapada Diamantina com 22km de trilha

A turma

Há três meses, fui curtir uma praia com os amigos e papo vai e vem tive a ideia de irmos passar o réveillon na Chapada Diamantina. Um amigo passou o ano passado por lá e só fez elogios. A ideia surgiu e os amigos foram topando. 14 adultos e uma criança resolveram pegar a estrada para desfrutar dessa beleza. Amei a cidade de Lençóis, fiquei numa pousada super legal, achamos bons guias, percorri 22km de trilhas e conheci verdadeiras obras divinas.

Ribeirão do Meio

O mais incrível da Chapada Diamantina é que tem atrações para todos os gostos. Para quem não gosta de tanta aventura tem a trilha para o Ribeirão do Meio que fica dentro da cidade de Lençóis mesmo. A trilha é bem leve e no Ribeirão dá até para crianças se divertirem. É um tobogã natural que termina em uma piscina, é a grande atração do ribeirão, acessível depois de 40 minutos de caminhada fácil.Como gostamos de aventuras mais difíceis, seguimos as dicas dos guias.

Cachoeira do Mosquito - mora em meu coração

Vamos iniciar pela Cachoeira do Mosquito. Esse lugar é conhecido pela queda d’água de 30 metros. O acesso é complicado, pois é feito unicamente por duas fazendas. Fomos pela Fazenda do Seu Marcos que cobra R$10 por pessoa para o acesso a sua Fazenda.

Para mim, foi mais difícil porque tenho hidrofobia e precisava atravessar um rio com correnteza mas digo, todo esforço e cansaço valeram a pena.

Poço do Diabo

Poço do Diabo

Uma opção para a parte da tarde é conhecer o Poço do Diabo. Localizado na estrada que liga a cidade de Lençóis a Iraquara, esse lugar é muito frequentado por visitantes que curtem um passeio mais radical.

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Outro roteiro imperdível da Chapada Diamantina e que pode ser feito no mesmo dia que a Cachoeira do Mosquito é o Morro do Pai Inácio. Esse é o grande símbolo da Chapada Diamantina. Do alto do morro é possível ter uma visão única da Chapada com seus morros e montanhas rochosos de cortes quase retos. Fiquei arrepiada só de ver o belo pôr do sol. Eu digo, tudo em Chapada respira a mão de Deus. Se for ver o pôr do sol é preciso cuidado para prestar bem atenção porque não tem iluminação. Mas é só descer do morro assim que o sol se pôr.

Morro Pai Inácio

Gruta Azul e Lago Pratinha

O Lago Pratinha fica dentro de uma propriedade particular. O visitante já se depara com placas indicando grutas e um estacionamento relativamente grande.

Neste local é preciso pagar R$20 por pessoa como “taxa de manutenção”. Esse voucher dá direto a visitar as Grutas Mané Ioio, Azul e o Lago Pratinha. A Gruta Azul é assim chamada devido a presença de minerais em sua água. Quando a luz do sol bate sob a água é possível ver sua cor incrivelmente azulada. Não deu pra gente conhecer porque chegamos quase às 15h e para se ter essa visão é preciso visitar a Gruta das 11h às 13h, que é quando alguns raios de sol iluminam a gruta por meio de sua estreita entrada.

Pratinha

Na direção oposta está o caminho para o Pratinha. Trata-se de uma caminhada de 5 minutos até se ter a primeira visão do Lago. A primeira vista não impressiona muito devido a sua “urbanização”.

Parque Serrano

Reserva de fácil acesso reúne o Salão de Areias Coloridas, o Poço Halley, as cachoeiras Primavera e Cachoeirinha e um mirante, além dos Caldeirões (piscinas naturais), pontos de garimpagem onde foi descoberto o primeiro diamante da cidade.

Mirante do parque Serrano

Cachoeira Primavera

Os primeiro atrativos são os caldeirões, a 15 minutos do centro de Lençóis (o percurso completo dentro do parque soma 1,5 km). Em seguida está o Salão de Areias Coloridas, formado por pedras porosas com diferentes tonalidades. O passeio leva ao Poço Halley, à Cachoeirinha e à cachoeira da Primavera, perfeitas para banhos refrescantes nos poços e piscininhas. O trecho final leva a um mirante com vista panorâmica da região.

Gruta da Lapa Doce

Considerada a terceira maior gruta do país, Lapa Doce possui 17 quilômetros mapeados, sendo que 850 metros estão abertos para visita. Nesse espaço, repleto de salões amplos, avista-se uma infinidade de estalactites, estalagmites, cortinas e outras belíssimas formações. Algumas foram batizadas com nomes sugestivos como Presépio, Lustre, Anjo, Leão & Sapo... Todo o percurso é acompanhado obrigatoriamente por um guia, munido de lampião e lanterna.

A trilha até a Lapa Doce é fácil e bonita. O caminho é marcado pela vegetação de caatinga - pés de umbu e de outras frutas típicas enfeitam a paisagem e atraem os mocós (espécie de esquilo). A entrada da gruta é a partir de uma bela dolina (um paredão de rochas calcárias) e a descida até o interior é de 70 metros. O passeio dura 1h30 e um dos pontos altos é quando o condutor apaga o lampião para os visitante sentirem o silêncio e a escuridão por alguns minutos. De arrepiar!

Atenção: vá de tênis - não é permitido o acesso calçando chinelos.

Chapada é maravilhosa, a caminhada cansa um pouco antes de chegar aos pontos mas vale super apena.Depois de aquecer o corpo subindo e descendo pedras no caminho, finalizar o passeio com um banho de cachoeira é a melhor forma.

A noite em Lençóis

Durante a noite, as ruas da Baderna e das Pedras e a Praça Horácio Matos ficam bem movimentadas. Tem várias opções de comidas, mas digo logo, o atendimento, na maioria, é péssimo. No réveillon penamos porque saímos tarde de casa e os estabelecimentos fecham às 22h para ver a queima de fogos. Tive que comer dois churrasquinhos. Mas tem vários bistrôs e no último dia descobrimos uma cafeteria que fica bem na entrada da cidade.

Dica essencial: leve dinheiro vivo. São pouquíssimos os estabelecimentos que aceitam cartões (mesmo os de débito) como pagamento e na cidade só tem uma agência do Banco do Brasil. Além disso, todas as cachoeiras e grutas fazem parte ou ficam após a entrada de alguma propriedade particular ou ainda estão sob o controle de alguma cooperativa e todos cobram alguma taxa para permitir a entrada pelo local.

Onde ficar: Existe um recanto onde você realmente se sentirá em casa. Atendida por seus proprietários, dona Ana e seu Renê, a pousada Doce Lar oferece hospedagem em uma agradável casa, à beira de um tranquilo riacho e localizada a cinco minutos do centro histórico. Serviço: Café da manhã, sala ampla, cozinha americana, uma bela vista para o jardim, suíte com varanda, ventilador de teto, em alguns com TV e frigobar, além de quartos simples com banheiro.

Doce Lar

Guias: Tivemos sorte de se hospedarmos na Doce lar porque os filhos de dona Ana são guias. Sara e Lucas foram os responsáveis por nos guiarmos em cada beleza explorada pelo grupo. Cobraram 10 a 15 por pessoa.

Onde comer: Fazendinha, Cafeteria São Benedito, Mexicano Burritos y Taquitos Santa Fé, Cozinha Aberta, Restaurante Absolutu, Restaurante O Bode e Bodega.

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